segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Algumas notícias sobre a truculência do governo contra os(as) trabalhadores(as) em educação

GREVE DOS PROFESSORES DE MINAS GERAIS COMPLETA 101 DIAS

Praça da Liberdade vira praça de guerra. Festa do governo é fechada para o povo. Educadores resistem e arrancam negociação. A greve continua!



Pessoal da luta, turma do NDG,

Acabo de chegar da Praça da Liberdade, que virou hoje um palco de guerra, graças à truculência do governo. Cerca de 3 mil educadores lá estiveram (estivemos) para acompanhar a contagem regressiva para a Copa do Mundo. Mas, logo nos demos conta de que não éramos bem vindos e muito menos nossos nomes figuravam entre os convidados do governo. A praça estava toda cerca com grades e tropa de choque, cavalaria, cachorros treinados, homens da polícia armados com escopeta e cassetetes.


Do lado de dentro, bem em frente ao Palácio, três dezenas de bravos educadores encontravam-se acorrentados desde às 6h da manhã. Do lado de fora, lá estávamos nós. Gritávamos palavras de ordem e os colegas acorrentados repetiam ou puxavam os gritos de guerra contra o desgoverno que descumpre uma lei federal e vem se recusando a pagar o nosso piso salarial. 
Servidores da Educação de Minas Gerais e integrantes do movimento Pró-Metrô fazem manifestação, na noite desta sexta-feira (16), em frente ao Palácio da Liberdade, sede simbólica do governo de Minas Gerais, em Belo Horizonte. No Palácio, nesta noite, será realizada a inauguração do relógio regressivo dos mil dias para a Copa de 2014. Segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do estado (Sindi-UTE/MG), cerca de 300 pessoas participam do movimento. A polícia não informou quantas pessoas estão na manifestação. Desde a manhã, um grupo de 30 grevistas da educação está acorrentado no canteiro central, em frente ao Palácio da Liberdade. (Foto: Lucas Catta Prêta / Globoesporte.com)

Por volta de 16h30 já havia um bom número de educadores em greve. Quando o relógio 19h já podíamos contar algumas centenas de bravos guerreiros e guerreiras. Houve um momento em que o efetivo da polícia de choque aumentou e começou a se movimentar, tanto em nossa direção, quanto em direção aos colegas acorrentados. A praça estava cercada por grades e nós começamos a gritar que poderíamos invadir aquele local, numa demonstração de que não aceitaríamos qualquer investida contra os colegas acorrentados, que resistiam desde cedo, inclusive ficando um bom tempo sem alimentos e sem poder ir ao banheiro.

Numa certa altura, recebemos a informação de que havia uma negociação em curso envolvendo alguns deputados da oposição, dirigentes sindicais, e o governo. Depois, a colega Lecioni, diretora do Sind-UTE, informou-nos que havia sido feito uma negociação através da qual o governo aceitava retomar as negociações com o sindicato na terça-feira, às 9h, na ALMG, com a participação do presidente daquela Casa, Dinis Pinheiro. Concordaram em suspender o projeto de lei do governo para abrir a negociação. Em troca, os colegas acorrentados teriam que sair do local onde estavam e se juntar aos demais colegas. Por maioria dos que estavam lá dentro - entre acorrentados e apoiadores, incluindo os dirigentes sindicais - aceitou-se a proposta.

Contudo, logo em seguida o governo começou a nos provocar, ao estacionar três ônibus num local que ficava entre os educadores que protestavam e o ato do governo, onde acontecia showzinhos para a seleta elite de convidados presentes.

Neste movimento o pessoal começou a gritar ainda mais e protestar contra essa tentativa de impedir a visibilidade dos manifestantes. Por sua vez, a tropa de choque do governo agiu com truculência, espancando e jogando gás de pimenta nos nossos combativos educadores. Em função disso, nossos colegas começaram a derrubar as grades, a polícia de choque aumentou o efetivo e atuou com a habitual violência. Um colega saiu sangrando muito do local, uma outra teria desmaiado, outros foram agredidos, vários tomaram gás de pimenta no rosto, mas os educadores resistiram e mudaram de posição, para outro local.

A polícia tentava acompanhar as mudanças de rota dos educadores em greve e apoiadores e por toda parte as grades eram arrancadas pelos educadores, e recolocadas pela polícia, até que os educadores dispersos se concentraram no extremo oposto ao ponto inicial (do lado direito do Palácio da Liberdade).
 
Muitas palavras de ordem, gritos de protestos e cantos e apitos, e eis que a polícia dispara três bombas de efeito imoral, que chegaram a acertar pelo menos dois colegas que estavam próximos de mim, além da fumaça e do cheiro insuportável. Houve uma rápida dispersão, até que nos concentramos novamente no outro extremo, atravessando toda a praça cercada de grades e polícia de choque.

Praça da Liberdade, ganhara, ali, a aparência de uma praça da ditadura, da ausência de liberdade, de uma verdadeira guerra contra os educadores em luta por direitos constitucionais. Os acontecimentos dessa lembram seguramente os tempos da ditadura militar. Dois colegas nossos saíram levemente machucados com as bombas de efeito imoral. Estou aguardando que me enviem vídeos e fotos do ocorrido, já que muito provavelmente a imprensa não mostrará o que aconteceu. Ou como aconteceu.

Na prática o que vimos pode ser um espelho do que será a Copa do Mundo: um acontecimento no qual o povo mineiro ficará excluído. Alguns moradores que tentaram se aproximar do evento não conseguiram. Outros, ao perceberem o tumulto causado pela polícia de choque acabaram desistindo.

Mas, os educadores não. Permaneceram (permanecemos) por lá durante várias horas, apesar de toda a tentativa da repressão de nos afastar daquele local. Do telão externo percebemos o contraste entre os shows que aconteciam lá dentro, a exclusão física e social imposta aos de baixo, ali representados pelos educadores em greve. Um retrato fiel da realidade.


Professor Flávio Martins ficou ferido no braçço durante o confronto (Foto: Pedro Triginelli/G1).
Fonte:http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2011/09/manifestantes-e-policiais-entram-em-confronto-na-praca-da-liberdade.html

Mais uma vez, parabenizo aqui os bravos guerreiros e guerreiras que lá estiveram, desde os colegas que ficaram acorrentados durante o dia e com isso arrancaram uma promessa de negociação com o governo, patrocinada pelo Legislativo. Parabenizo também aos quase três mil educadores, das mais diferentes regiões, que lá compareceram. Pude conversar com muitos guerreiros, e notei que tinha colegas de Unaí, de Pará de Minas, entre outras, além, é claro, dos colegas de toda grande BH.

Ficou evidenciado que temos uma turma de luta, um verdadeiro NÚCLEO DURO DA GREVE que não tem medo de polícia, nem as ameaças do governo, nem de cara feia de secretária, nem de chantagem de diretor de escola, nem de manipulação da mídia vendida, nem de omissão ou conivência dos demais poderes constituídos. Estamos dispostos a permanecer em greve e lutar pelos nossos direitos pelo tempo que for necessário. Professor Euler Conrado Fonte: Blog do Euler http://blogdoeulerconrado.blogspot.com/



Polícia e professores grevistas entram em confronto na Praça da Liberdade


Renata Evangelista - Do Portal HD - 16/09/2011 - 21:35

Durante a confusão, que ocorreu durante o lançamento do relógio regressivo dos mil dias para a Copa, tiros foram disparados e bombas foram lançadas.
Corre-corre, confusão e gritaria. Assim foi marcado a inauguração do relógio regressivo dos mil dias para a Copa do Mundo, na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na noite desta sexta-feira (16). A polícia e os professores grevistas, que realizavam manifestação no local, entraram em confronto. 


Durante a briga, tiros foram disparados e bombas de efeito moral lançados contra a multidão. Diversos manifestantes, inclusive mulheres e idosos, foram atingidos. Segundo os grevistas, um professor foi cruelmente espancado pelos militares. Ele teria sido socorrido e levado para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII.


O tenente-coronel Alex Souza, do Batalhão de Eventos, admitiu que a situação fugiu do controle e, por isso, tiveram que usar a força. Conforme ele, a briga entre os PMs e os grevistas teve início após um professor jogar uma bomba caseira em direção aos PMs. "Infelizmente tivemos que usar bomba de efeito moral e spray de pimenta para controlar a situação", contou o tenente-coronel.
No entanto, de acordo com os professores, a manifestação estava ocorrendo de forma pacífica quando alguns integrantes da categoria começaram a ser agredidos. 


A professora Marta Reis, de 56 anos, que há 15 leciona biologia em uma escola pública, se revoltou com a situação, principalmente após ser atingida por uma bala de borracha na região da barriga. "Ninguém tinha agredido ninguém quando eles partiram para a truculência. Professor não é cachorro e merece respeito", disse.


"Estavamos apenas pedido o cumprimento da lei federal, que estabele um piso salarial para os professores, quando a polícia partiu para a violência", declarou o professor Cláudio Marques, de 39 anos. Ele confessou que adora dar aulas, mas que discorda da maneira como o Estado trata o profissional da educação, que nivela os salários excluíndo as especializações.


Segundo os grevistas, cerca de 8 mil professores participaram do ato. Mas balanço da polícia dava conta de que 2 mil manifestantes estavam no local.
Durante o ato, eles gritavam palavras de ordem como: "Abaixo a represão, polícia é pra ladrão" e "Não é mole não. Tem dinheiro pra Copa mas não tem pra educação".


Durante a solenidade de inauguração do relógio, estavam presentes o governador Antonio Augusto Anastasia, seu vice, Alberto Pinto Coelho, além do prefeito Marcio Lacerda, do Ministro dos Esportes, Orlando Silva, do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, do secretário da Copa, Sérgio Barroso e do senador Aécio Neves.


Ilegalidade
Os professores garantiram que não retornam as salas de aula até a próxima assembleia que será realizada na terça-feira (20). Mesmo com a decisão da Justiça, que determinou a ilegalidade da greve, sob o risco de multa que pode chegar até R$ 600 mil, eles afirmaram que não retornam ao trabalho na segunda-feira (19), como decidiu o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Fonte: http://www.hojeemdia.com.br/minas/policia-e-professores-grevistas-entram-em-confronto-na-praca-da-liberdade-1.342221#.TnP-JO0_qMc.twitter




FOTOS DO PROTESTO
DOS PROFESSORES  MINEIROS


Professores da rede estadual de Minas Gerais, em greve há mais de três meses, se acorrentaram nesta segunda-feira (12) em uma praça de Belo Horizonte.
Fonte:
http://educacao.uol.com.br/album/120911greve_acorrentados_mg_album.jhtm


CONTINUAÇÃO DO PROTESTO EM 16/09/11
 

Professores da rede estadual de Minas Gerais, em greve há 101 dias, se acorrentaram em frente ao Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, nesta sexta-feira (16). Representantes do Sind-UTE (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais) tiveram um encontro com a presidente Dilma Rousseff, que visitou as obras do estádio do Mineirão e em seguida, anunciou verbas para o metrô de Belo Horizonte, na sede da prefeitura.


PARABÉNS PELA UNIÃO E PELA GARRA!
FORÇA E CORAGEM, A LUTA CONTINUA!

Fonte: http://educacao.uol.com.br/album/110916_professores_mg_album.jhtm#fotoNav=5
 
A JUSTIÇA MINEIRA ESTÁ CEGA, MAS A INJUSTIÇA PODEMOS VER
A Justiça de Minas pode estar cega e corrompida, mas a sociedade brasileira está enxergando muito bem a injustiça e a covardia dos políticos mineiros. Toda essa situação teve início na gestão de AÉCIO NEVES e está sendo continuada por seu sucessor ANTÔNIO ANASTASIA. Guardem esses nomes na memória, pois são indivíduos que não merecem ser eleitos para nenhuma função porque não sabem ou não querem respeitar a Constituição e os direitos dos cidadãos.
O governador, o Legislativo e o Judiciário mineiro se unem para desrespeitar a Constituição e mesquinhamente perseguir e torturar os trabalhadores da educação. Por que o governador e a classe política de Minas Gerais estão unidos e empenhados em empedir que o povo tenha uma educação de qualidade?

Será o medo de que um povo instruido não os reconheça como representantes? Estas são questões que cada eleitor deve ter em mente nas próximas eleições, pois o exemplo dado por esses políticos merecem o nosso total repúdio e são individuos que não merecem um voto sequer de confiança pelos exemplos de injustiça e truculência que estão dando para toda a nação.

A insistência do governador em pagar o piso aos professores é ilegal e nem mesmo o argumento da falta de recursos se justifica.

A Justiça, macomunada com o governador, decretou a ilegalidade da greve, indo de encontro à lei federal que instituiu o piso nacional.

Veja abaixo o trecho de uma reportagem e veja que o não atendimento das reivindicações dos trabalhadores da educação da rede estadual não tem justificativa.

"Discussão chega a Brasília

A coordenadora-geral do SindUTE-MG, Beatriz Cerqueira, se reuniu nesta quarta-feira (14) com o ministro da Educação, Fernando Haddad, para discutir a paralisação dos servidores da educação. Representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) também participaram da reunião em Brasília.

O SindUTE-MG informou que explicou ao ministro sobre as reivindicações da categoria e a decisão do Governo de MG de contratar substitutos para ocupar os cargos dos servidores que integram a manifestação. Segundo o sindicato, os profissionais não possuem formação suficiente para exercerem as funções.

De acordo com a assessoria do ministro, Fernando Haddad apoia o movimento dos professores de MG. Para ele,a lei de responsabilidade fiscal não deve ser usada para justificar a dificuldade em cumprir o piso reivindicado pela categoria. Segundo o ministro, o governador Antonio Anastasia deve cumprir a lei mesmo que, para isso, tenha que retirar verbas de outro setor.

A secretaria de estado da Educação, Ana Lúcia Gazzola, informou que mantém contato com Fernando Haddad para discutir acerca das negociações e que o ministro nunca se mostrou contrário às ações do Governo de Minas Gerais. De acordo com ela, a situação orçamentária do estado foi informada ao Ministério da Educação."
 
Fonte:http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2011/09/greve-na-rede-estadual-de-ensino-em-minas-gerais-completa-100-dias.html

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